Ceni analisa evolução do futebol brasileiro, destaca modelo de jogo do Bahia e elogia o Fluminense

Na onda da Copa
do Mundo de Clubes, técnico também exalta técnicos do país e acha difícil
treinar um clube europeu no futuro
Rogério
Ceni detalhou o trabalho que tem feito no Bahia desde 2023
durante entrevista exclusiva realizada no CT Evaristo de Macedo, no último
sábado. Para além do Tricolor, o treinador opinou sobre música e outros gostos,
detalhou superstições e traçou metas.
A
reportagem completa vai ao ar no ge e no Globo Esporte Bahia, nesta segunda-feira, mas na onda da
Copa do Mundo de Clubes já dá para detalhar que o técnico vê o futebol
brasileiro em evolução e mais perto do europeu. Além disso, Ceni elogiou o
Fluminense, semifinalista do torneio, e destacou o modelo de jogo do Bahia como algo que
reflete o futebol jogado no Velho Continente.
"Acho que
a gente traz até um pouco do futebol europeu jogado da maneira como a gente
encara o jogo, né, a maneira como a gente vê o jogo, que é uma coisa muito
atual jogada na Europa".
Vale
lembrar que Rogério Ceni salvou o Bahia do rebaixamento, em 2023, e implementou
um estilo de jogo no Tricolor a partir de 2024, baseado na qualidade técnica
dos meio-campistas, principalmente Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton
Ribeiro e Cauly.
O
time baiano voltou à Libertadores após 36 anos, se reforçou nesta temporada e
está vivo nas copas do Nordeste, do Brasil e Sul-Americana em 2025, além de ser
o quinto colocado do Campeonato Brasileiro e de ter conquistado o título estadual.
Feliz
no CT Evaristo de Macedo, Ceni renovou seu contrato
recentemente com o Tricolor e não pensa em deixar o clube
tão cedo, até porque seu novo vínculo vai até dezembro de 2027.
-
Hoje o meu time é o Bahia e eu fiz um contrato para cumprir, sou muito grato a
todos aqui, o Raul [Aguirre, CEO do Tricolor] e o Cadu [Santoro, diretor de
futebol]. Eu acho que são as pessoas que eu convivo diariamente, e a gente
convive numa boa harmonia - iniciou o técnico.
-
A liberdade para se trabalhar no dia a dia eu acho que é fundamental, eu gosto
disso, e a forma como me tratam também é muito importante para que eu me sinta
confortável para estar aqui. Então, quando você renova um contrato você tem que
renovar pensando em fazer aquele contrato no lugar que você fez - garantiu o
treinador.
O
desejo de trabalhar em um clube europeu em um momento futuro da carreira
existe, mas não é algo crucial, de acordo com o técnico. A SAF do Bahia com o
Grupo City pode ser um caminho.
"Gostaria,
acho que até o Grupo City pode propiciar isso. Um dia, quem sabe, mas sou
extremamente feliz", disse Ceni
-
Como atleta eu sempre fiz toda a minha carreira no São Paulo e era muito feliz
em dar continuidade nessa carreira. Como treinador, se aparecer essa
oportunidade um dia, acho que para qualquer treinador brasileiro acho difícil.
Aqueles que já tiveram uma passagem grande na Europa eu acho que podem sonhar
mais com isso, já viveram, tem experiência de um time, já tem referências como
jogador. Acho que tem um caminho um pouco mais fácil ou com maior possibilidade
- complementou.
Não tenho dúvidas que há treinadores brasileiros
com total capacidade de dirigir, talvez não uma equipe top de linha de futebol
europeu, mas subir degraus, fazer uma caminhada".
— Rogério Ceni
Olho na Copa do Mundo de Clubes
Entre
o trabalho no Bahia e o olhar para o futebol europeu, Rogério Ceni tem acompanhado
a Copa do Mundo de Clubes da Fifa, disputada desde junho, e vê o futebol
brasileiro mais competitivo.
-
Houve uma evolução no futebol mundial, do 7 a 1 para cá você fala de uma
Alemanha, mas tem a Espanha. É incrível como a França chega forte e sempre
candidata aos títulos. E eu acho que falando de clubes eu acho que o jogador em
si melhorou bastante, o poder aquisitivo do futebol brasileiro, que passa a
repatriar muita gente em condições ou segurar jogadores por mais tempo que
antes eram vendidos num estalar de dedos. Isso beneficia as grandes equipes do
futebol brasileiro, por isso acho uma competitividade maior.
O
treinador também valorizou a campanha do Fluminense, semifinalista da Copa do
Mundo depois de eliminar Inter de Milão, nas oitavas de final, e Al-Hilal, nas
quartas. O clube carioca, que é treinado por Renato Portaluppi, vai duelar com
o Chelsea na semifinal, na próxima terça-feira.
-
O Fluminense ainda vivo, por mérito, joga e tem competido muito. Tem em Arias a
sua principal peça. Jogador diferente. Está fazendo bonito, pegou uma chave com
Dortmund na primeira fase. Conseguiu eliminar uma Inter, veio depois de saída
de treinador, 5 a 0 pesou muito [derrota na final da Champions League para o
PSG]. Mas acho fantástica a campanha do Fluminense, muito mérito - disse Ceni.
- Eu acho que a distância nesse momento da temporada
diminui muito entre os clubes brasileiros para alguns clubes europeus.
Eu ainda acho que para o Paris [Saint-Germain], com o passar das semanas, em
meio a campeonatos, para o Bayern [de Munique], a diferença pode continuar
ainda grande. Mas acho que neste momento mostra, como sempre foi, os
brasileiros que foram a Mundiais, não nesse formato, também fizeram jogos duros
ou foram placares apresentados - complementou.
A
Copa do Mundo de Clubes continua em disputa até o dia 13 de julho, mas o Bahia
já treina firme de
olho no retorno aos gramados. Nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), o
Tricolor baiano recebe o Fortaleza, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, em
busca de vaga na semifinal da Copa do Nordeste. Empate no jogo eliminatório
levará a partida para os pênaltis.
Fonte: GE
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