Musk anuncia a criação do 'Partido América' para confrontar democratas e republicanos

Homem mais rico do mundo rompeu relações publicamente com o
presidente Donald Trump, quem apoiou durante a campanha presidencial em 2024
O homem mais rico do mundo, Elon Musk,
anunciou neste sábado a criação de um novo partido político nos EUA, com
objetivo de se opor ao que chamou de "sistema de partido único" no
país — igualando as pautas de democratas e republicanos. Ex-aliado do
presidente Donald Trump,
Musk afirmou durante a semana que criaria uma nova sigla, o "Partido
América", caso o projeto de lei de autoria do republicano, com previsões
de aumento do teto da dívida, fosse aprovado no Congresso.
"Com uma proporção de dois para 1, vocês querem um novo
partido político e vocês o terão. Quando se trata de levar nosso país à
falência com desperdício e corrupção, vivemos em um sistema de partido único,
não em uma democracia. Hoje, o Partido América foi criado para devolver sua
liberdade", escreveu o bilionário na rede social X.
A publicação com o anúncio estava atrelada a um post feito
por Musk no dia anterior. Na sexta-feira, dia 4 de julho — data da
independência dos EUA —, o bilionário havia lançado uma enquete, lançando aos
seus mais de 220 milhões de seguidores a seguinte pergunta: Nós deveríamos
criar o Partido América? Após quase 1,25 milhão de respostas, a enquete foi
encerrada, com 65,4% respondendo sim.
Após um rompimento público ruidoso com Trump no
começo do mês passado, em meio ao contexto do lançamento do projeto
de lei "Grande e Bonito", por meio do qual o presidente pretende
atingir seus objetivos relacionados a orçamento e agenda interna, Musk passou a
fazer oposição ao republicano e ameaçar se voltar contra o partido que apoiou
nas eleições de 2024.
Enquanto o projeto de lei avançava no Congresso nesta
semana, Musk
afirmou que formaria a nova legenda "no dia seguinte" à
aprovação, caso os senadores e os deputados não o barrassem. Em uma abordagem
mais direta, o bilionário também prometeu que iria financiar candidaturas
primárias contra aqueles que votassem pelo projeto de Trump.
Não está claro quem estaria a frente do partido — ou mesmo
se a iniciativa se trataria de uma legenda formalmente ou de um movimento
político. Musk é sul-africano, de modo que não pode se candidatar à
Presidência. Ele não havia protocolado a documentação do novo partido até a
noite de sábado, embora tenha acrescentado em uma publicação separada que o
Partido América estaria ativo nas eleições "no ano que vem". Nenhum
sinal imediato sugeria que Musk estivesse trabalhando para estabelecer seu
partido rapidamente. Qualquer nova entidade precisaria ser divulgada à Comissão
Eleitoral Federal.
Musk conversou com amigos nos últimos dias sobre seu plano
para um partido político e o que seria necessário para realizá-lo, de acordo
com uma pessoa informada sobre essas conversas ouvida pelo New York Times. As
discussões foram mais conceituais do que pragmáticas, acrescentou.
Em publicações adicionais na rede social, ele deu a entender
que os senadores e deputados do "partido" poderiam participar das
primárias de forma independente, e que ao serem eleitos, discutiriam com os
dois partidos hegemônicos, a depender das pautas no Congresso.
"Uma maneira de executar isso seria concentrar-se em
apenas 2 ou 3 cadeiras no Senado e 8 a 10 distritos na Câmara. Dadas as margens
legislativas extremamente estreitas, isso seria suficiente para servir como
voto decisivo em leis controversas, garantindo que elas atendam à verdadeira
vontade do povo", escreveu. (Com AFP e NYT)
Fonte: G1
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