Heptacampeão
respondeu que "é claro" que recomendaria sua antiga equipe ao rival,
cuja permanência na RBR passou a ser questionada com mais força nos últimos
dias

Embora
o próximo grande prêmio deste fim de semana da F1 seja na Inglaterra, parte das
atenções da categoria se voltam para o único holandês do grid: Max
Verstappen. O tetracampeão da RBR passou a ser
alvo de rumores sobre uma possível ida para a Mercedes em 2026,
fato que não passou despercebido no paddock e nem pelo ex-piloto da equipe
alemã, Lewis Hamilton.

-
Há muitas pessoas excepcionais lá (na RBR), eles dominaram por anos. Mas o que
eu posso dizer, se alguém me perguntar sobre a Mercedes, é que ela também é uma
equipe incrível. Com paixão, um ótimo pessoal, uma ótima fábrica, um ótimo
ambiente para se trabalhar. Portanto, é claro que eu diria que estou
interessado em ver o que acontece - declarou o heptacampeão da Ferrari, nesta
quinta-feira de coletivas de imprensa no Circuito de Silverstone.

Hamilton
hoje corre na Ferrari, mas passou 11 dos seus 18 anos de F1 na Mercedes; de
2013 a 2024, conquistou seis campeonatos de construtores e 84 vitórias com a
equipe alemã.

Tantos
anos de parceria construíram uma lealdade que já começou intensa; em 2011, quando
ainda competia pela McLaren, o inglês declarou não crer que a RBR de Sebastian
Vettel seguiria dominando a F1. Ele se lembrou do episódio ao confirmar que
recomendaria, sim, a Mercedes a Verstappen, e exaltou a equipe rival.

- A RBR não é uma fabricante, é uma empresa de bebidas. É uma empresa de
bebidas contra a história da McLaren e Ferrari. Não sei qual é o plano deles.
Nossa equipe está se preparando para se tornar um fabricante maior, como a
Ferrari, apenas consigo ver nossa equipe lá por um período de tempo ridículo. É
uma equipe de corrida de raça pura - declarou o piloto na época.

-
Claro que sim (recomendaria a Mercedes). Quero dizer, ele vem de uma grande
equipe. Há muitos, muitos anos, me perguntaram algo. Eu era tão obstinado pela
Mercedes na época, e me lembro de ter dito algo sobre a RBR ser apenas uma
empresa de bebidas. Sempre me arrependi, porque eu estava dizendo que a
Mercedes, na época, era ótima. Eu estava apenas tentando levantar a moral da
minha equipe, mas a verdade é que a RBR tem sido uma equipe incrível - disse o
veterano, hoje com 40 anos.

Essa
não foi a primeira vez que Hamilton se recordou do episódio; em 2022, ele
também expressou arrependimento pelas alfinetadas à equipe rival e se
desculpou. O time austríaco, na época, dava início ao seu domínio sob o atual
regulamento técnico da F1, que foi introduzido um ano após a árdua batalha
entre Hamilton e Verstappen pelo título de 2021.

No
entanto, a hegemonia da RBR do chefe Christian Horner começou a ruir em meados
do ano passado diante da súbita evolução da McLaren: o triunfo inédito de Lando
Norris no GP de Miami de 2024 iniciou uma sequência vitoriosa que culminou com
o primeiro campeonato de construtores da inglesa em 26 anos.

A
McLaren seguiu evoluindo e, hoje, lidera com folga o campeonato de construtores
- disputa esta que é marcada por uma queda de rendimento ainda mais acentuada
da RBR. Em seu primeiro ano desfalcada pela mente criativa do projetista Adrian
Newey, o time de Verstappen agora amarga um discreto quarto lugar no Mundial de
equipes.

Esse
cenário pavimentou os rumores em torno da saída do holandês da RBR: segundo a
imprensa especializada, cláusulas de rendimento tanto para a posição do piloto
na tabela, quanto da equipe, no Mundial de construtores, poderiam liberá-lo
antes do fim de seu contrato: 2028. E, caso essa saída se concretize, o destino
seria a Mercedes, na vaga do inglês George Russell.

A
informação de conversas entre o time chefiado por Toto Wolff e o tetracampeão
começou a surgir na última semana, durante o GP da Áustria, e ganhou força após
uma nova atualização do canal "Sky Sports Itália", que afirmou que as
conversas entre as duas partes estariam avançadas. Max, porém, se limitou a
responder que não possuía "nada a declarar" sobre o tema, ao chegar
em Silverstone.

Fonte: GE