• São Miguel do Iguaçu, 08/07/2025
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Depois do Irã, Coreia do Norte pode ser o próximo alvo para ataque?


Depois do Irã, Coreia do Norte pode ser o próximo alvo para ataque?

Pyongyang
compartilhou tecnologia e conhecimento em construção de bunkers com Teerã.
Segundo especialista, tudo indica que regime esteja se movendo para aprender
com os erros estratégicos que pegaram o Irã desprevenido.

Coreia do Norte foi
um dos países que condenou os ataques dos Estados Unidos a
três instalações nucleares do Irã, no último fim de semana, acusando o
governo do presidente Donald Trump de violar a integridade territorial iraniana
e a Carta das Nações Unidas.

O regime em
Pyongyang, que já havia descrito os ataques com mísseis israelenses contra o
Irã como um "ato hediondo", pediu à comunidade internacional que
"levante a voz de censura e rejeição unânimes contra os atos de
confrontação dos EUA e de Israel".

A Coreia do
Norte, que tem armas nucleares, mantém boas relações com o Irã. Por décadas
suspeitou-se que tenha havido cooperação militar entre os regimes em Teerã e em
Pyongyang, inclusive no desenvolvimento de mísseis balísticos, que cientistas
iranianos teriam aprimorado desde então.

Há cerca de 20
anos, a Coreia do Norte começou a enviar ao Irã engenheiros com experiência na
perfuração de túneis profundos. Especialistas norte-coreanos supostamente
projetaram e ajudaram a construir estruturas subterrâneas e reforçadas nas
instalações nucleares iranianas de Natanz e Isfahan.

Desde o início
da Guerra da Coreia, em 1950, a Coreia do Norte passou a esconder grande parte
de seus principais recursos militares em bases subterrâneas. O regime deve
agora estar empenhado em determinar a eficácia de seus bunkers subterrâneos,
analisando o impacto das bombas GBU-57 lançadas pelos EUA contra alvos
iranianos na Operação Martelo da Meia-Noite.

"Eles
certamente observaram de perto o que aconteceu no Irã", diz o analista
Chun In-bum, um tenente-general aposentado da Coreia do Sul e membro sênior do
think-tank americano National Institute for Deterrence Studies. "A
prioridade agora será garantir que a mesma coisa não aconteça com eles."

"Creio que
as conclusões a que a Coreia do Norte chegará serão que eles precisam elevar
seus recursos de armas nucleares e fortalecer ainda mais suas áreas de
armazenamento", afirma. Ele avalia que os norte-coreanos deverão adotar
medidas de proteção adicionais, como uma melhor defesa aérea e opções de
retaliação.

Aprender com os erros do Irã

O que o
especialista descarta é que o ataque ao Irã faça a Coreia do Norte querer
dialogar. "De jeito nenhum. Isso simplesmente não é da natureza
deles."

Mas ele avalia
que a Coreia do Norte esteja tão espantada quanto os demais países do mundo com
a "postura decisiva" do governo Trump e que também teria sido pega de
surpresa com um ataque americano.

Tudo indica que
o regime da Coreia do Norte esteja se movendo para garantir que o mesmo não
aconteça com ele.

"A Coreia
do Norte aprenderá com os erros do Irã", diz o professor de estudos
internacionais Leif-Eric Easley, da Universidade de Mulheres Ewha, em Seul.

"No caso
do Irã, Israel explorou os erros estratégicos e táticos de Teerã, usando
inteligência, tecnologia e treinamento superiores para enfraquecer as defesas
aéreas, o pessoal capacitado e as opções de retaliação do Irã", destaca.

Pyongyang sabe
que sua situação é completamente diferente da de Teerã, tanto em termos da
geografia do país quanto de seus aliados: China e Rússia estão mais bem
posicionadas para ajudar Pyongyang do que Teerã.

E há ainda o
status do próprio programa nuclear. "O programa nuclear de Pyongyang é
muito mais avançado, com armas possivelmente prontas para serem lançadas em
múltiplos sistemas de lançamento, incluindo ICBMs", diz Easley.

A Coreia do
Norte tem condições de atingir o território americano, e Seul também está ao
alcance de suas armas.

Kim e a ameaça de troca de regime

O líder
norte-coreano, Kim Jong-un, também deverá se apoiar em sua aliança com o
presidente russo, Vladimir Putin, para obter as armas e tecnologias mais
recentes e em quantidades suficientes para preservar seu regime.

"Não é
coincidência que Moscou tenha se apressado em receber o ministro do Exterior do
Irã após os ataques dos EUA, e que Putin tenha enviado Serguei Shoigu para se
encontrar com Kim Jong-un enquanto o G7 se reunia no Canadá", diz Easley.

"A
coordenação da Rússia com o Irã e a Coreia do Norte mostra como a segurança em
múltiplas regiões está cada vez mais interligada", observa.

Chun, porém,
diz que a prioridade de Kim agora é garantir sua própria segurança pessoal e o
futuro da única ditadura comunista hereditária. Ele deve ter ficado profundamente
alarmado com as insinuações de Trump de que os militares americanos sabiam onde
o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, estava escondido e sobre uma
mudança de regime em Teerã.

"Kim está
muito bem protegido da ameaça de uma estratégia militar de decapitação, com
véus de sigilo sobre sua localização e movimentos. Tenho certeza de que ele
manterá esse sigilo e garantirá que as informações sobre seu paradeiro sejam as
mais limitadas possíveis", afirma.















































Fonte: G1




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