• São Miguel do Iguaçu, 08/07/2025
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Frustrações, custo de vida alto, sem acolhimento: por que esta brasileira desistiu da vida no país mais rico do mundo?


Frustrações, custo de vida alto, sem acolhimento: por que esta brasileira desistiu da vida no país mais rico do mundo?

Em 2024, movida pela ideia de uma vida
melhor no 'país mais rico do mundo', Emanoela Pereira, de 31 anos, se mudou ao
lado do marido para Luxemburgo, país rodeado por Bélgica, França e Alemanha. O
que era para ser uma vida confortável para o casal se tornou uma realidade fria
e solitária para a brasileira. A Marie Claire, ela relata sequência de
frustrações que a fez se mudar do local

Brasileira desistiu da vida em Luxemburgo, na
Europa — Foto: Reprodução/Instagram - Getty Images

Emanoela
Pereira
, de 31 anos, deixou o Brasil buscando melhores oportunidades de vida.
Como muitas mulheres brasileiras, ela resolveu tentar a sorte. Em 2022, ela e o
marido deixaram Florianópolis (SC), para viver em Portugal. Em busca de uma
vida ainda mais próspera, o casal não se contentou com as terras lusitanas e
fez uma aposta ainda mais arriscada: viver em Luxemburgo, um pequeno país que
faz fronteira com Bélgica, França e Alemanha.

Emanoela Pereira e o marido, Wellyngton, vivem em Luxemburgo — Foto:
Reprodução/Instagram

A decisão foi tomada após ela descobrir que o marido, Wellyngton
Pereira, tinha descendência luxemburguesa, o que permitiria a emissão da
cidadania no local. Os dois também se encantaram com o rótulo de “país mais
rico do mundo”. 
Nos dois últimos anos, dados do Fundo
Monetário Internacional afirmam que Luxemburgo é o país com maior PIB per
capita do mundo, cerca de US$ 141 mil (o equivalente a R$ 776 mil em cotações
atuais)
. Só que nem tudo saiu como o previsto.

Assim que se mudaram, o marido conseguiu uma vaga em uma empresa de
tecnologia. Já a brasileira enfrentou dificuldades para se realocar no mercado
de trabalho local. Lá, é fundamental que os imigrantes falem francês,
luxemburguês ou alemão, línguas mais faladas no país do que o inglês.
Desempregada, Emanoela se viu solitária, enfrentando as baixas temperaturas e a
cultura dos habitantes locais.

"Os luxemburgueses são muito
fechados e o clima é frio. O inverno aqui é completamente cinza, três meses sem
sol. É diferente de tudo o que eu já vi. Essa falta de sol mexeu muito comigo e
foi muito difícil por causa da minha depressão”.

Emanoela Pereira é brasileira que vive na Europa desde 2022 — Foto:
Reprodução/Instagram

Os desafios de uma brasileira no país
mais rico do mundo

Assim que chegou ao país, ela conta que estava disposta a buscar outros
tipos de emprego comuns a brasileiros que vivem na Europa, como o atendimento
ao público. Porém, colocar a ideia em prática foi impossível.

“Você precisa saber o francês se quiser trabalhar tanto em uma padaria
ou em um supermercado, quanto em marketing. Isso foi uma frustração para mim.
Eu e meu marido não chegamos a passar por dificuldades porque a área dele é
muito valorizada. É um país muito caro, o aluguel é muito alto e chega a ser o
dobro do custo que tínhamos em Portugal. Mas, ele ganhava bem”, conta.

“Se você não trabalha numa área bem
valorizada, será difícil se manter aqui.”

Emanoela estima que o gasto mensal
para ela e o marido, em despesas básicas como aluguel, alimentação e impostos,
girava em torno de € 4 mil euros (R$ 25 mil).
 Desempregada, ela atuava apenas
como influencer, já que começou a contar nas redes sociais como era ser uma
imigrante na Europa.

Ela conta que também estranhou o comportamento dos locais. Além da falta
do idioma para se comunicar, eles pouco se abrem a novas amizades,
especialmente, com quem vem de fora. “Por incrível que pareça, me dei bem mesmo
com os portugueses e fiz só alguns amigos brasileiros. A comunidade brasileira
é significativa e todo mundo se conhece, por isso, acontecem burburinhos vez ou
outra e eu não gostei”, comenta.

Ela disse que se decepcionou com a falta de acolhimento. “Infelizmente é algo que acontece aqui, algo muito difícil de lidar. Penso
que imigrantes precisam ter laços. Estamos longe de tudo, das pessoas e da
realidade em que crescemos. Me senti anulada. Passei um ano e meio frustrada
profissionalmente. A vida continua para as outras pessoas e sinto que fui
apagada”, avalia.

A vulnerabilidade refletiu diretamente no quadro de depressão de
Emanoela, que já existia antes da mudança para Luxemburgo, mas que se agravou
ao longo de 18 meses. “Para mim, o país mais rico do mundo, é um dos lugares
mais depressivos também”.

Em 2019, a Inspeção Geral da Segurança Social de Luxemburgo apontou
que 
10% da população luxemburguesa tem
diagnóstico de depressão, sendo este mais comum entre as mulheres
. No mesmo ano, um
estudo do Inquérito de Saúde Europeu, iniciativa conjunta de várias nações
europeias e da União Europeia, classificou a população de Luxemburgo como uma
das mais deprimidas do bloco.

Em busca de um lar

Emanoela e o marido entraram em um acordo sobre a vida em Luxemburgo, o
que ela compartilhou com mais de 40 mil seguidores: “Nem sempre o melhor lugar,
vai ser o melhor lugar para mim e para a minha saúde mental”.

Por isso, o casal tomou a decisão de deixar a vida em
Luxemburgo e retornar a Portugal
, onde o idioma e a relação, tanto com nativos,
quanto com brasileiros imigrantes, sempre foi mais fácil e amistosa. “Eu tive a
oportunidade de mostrar um país totalmente diferente para outras pessoas, acho
que essa foi a melhor parte de viver aqui. Mas, é notável, que eu não gostei
muito. Foi bem frustrante e ruim para a minha saúde mental, um fator importante
para qualquer um".









































Fonte: G1




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